domingo, 10 de agosto de 2014

"O Farol", uma relação de amor entre pai e filho





   Para o dia de hoje, em homenagem à todos os pais (e mães, tios e tias, irmãos e irmãs, vovôs e vovós que por vezes também se tornam "pais"), gostaria de compartilhar um curta animação emocionante e super premiado.

   "O Farol" (2010), de Po Chou Chi, com composições de Chien Yu Huang, conta a história de um pai e seu filho que moram em um farol unidos por um intenso amor.

  Impossível assistir "O Farol" e não pensar em meu pai, em minha família e se emocionar... Em pouco mais de sete minutos, a animação nos faz refletir profundamente sobre o universo da família imerso na passagem do tempo: sobre os ciclos da vida. Nos toca de maneira única através da relação entre pai e filho (repleta de respeito, carinho e admiração), que se desenvolve firme, vencendo barreiras como  a distância e o tempo. Tempo este que simboliza de maneira sutil, paralelamente, o crescimento do filho e o envelhecimento do pai. Porém, é através da força que os laços do afeto e do amor constroem, que sempre irá existir, sinalizados por um farol eternamente ali erguido, um rumo certo a seguir. Seja na hora da partida ou na hora da chegada.






"Essa é uma história sobre os pais apoiarem os seus filhos para transformar sonhos em realidade. Porque não importa o que aconteça, os pais serão sempre à espera de seus filhos, assim como o farol iluminando sempre para os barcos."
Po Chou Chi


► Assista e se emocione com "O Farol":





*Po Chou Chi nasceu em Taiwan e hoje vive em Los Angeles, EUA. Mais sobre o artista e seu trabalho em seu blog: http://mangoning.blogspot.com.br/

domingo, 13 de julho de 2014

24 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)




    Hoje, dia 13 de julho, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 24 anos, e tem como objetivo único garantir que todas as crianças brasileiras desfrutem de uma infância plena e feliz.

   A Constituição Federal Brasileira de 1988, é o mais importante conjunto de normas do país, que determina atribuições e limites das instituições, deveres do Estado e direitos dos cidadãos. Para ser efetivada, os preceitos da Constituição devem ser transformados em leis. No caso da infância, a lei mais importante é o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Seguindo os princípios da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, de 1989, o Brasil foi um dos primeiros países a construir um marco legal na proteção da infância e tem como base a doutrina de proteção integral, reforçando a ideia de absoluta prioridade da Constituição Federal Brasileira: O ECA, que instituído pela Lei 8.069 de 13 de julho de 1990, reconhece e regulamenta os direitos da criança e do adolescente: o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

  No ECA estão determinadas questões, como os direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes; as sanções, quando há o cometimento de ato infracional; quais órgãos devem prestar assistência; e a tipificação de crimes contra criança.

   Embora o ECA e todas as outras leis criadas que visam a proteção da infância sejam um grande avanço, ainda há muito a avançar nas questões politicas públicas para defender as crianças. Estas devem ser mais efetivas, não só na questão das violências, como nas diversas situações onde direitos de crianças e adolescentes são feridos cotidianamente. É preciso criar espaços para discutirmos problemas relacionados, por exemplo à violência contra a criança e adolescentes, tanto no ambiente familiar quanto na rua, ainda tão presentes em nossa sociedade. Há muito trabalho pela frente se quisermos transformar a teoria em prática!


► Para conhecer mais sobre:

segunda-feira, 16 de junho de 2014

V Jornada pedagógica da Educação Infantil/2014: O Pedagógico de tudo e de todos na diversidade

*Postagem também publicada no Blog EDI Renan de Souza Leal






*As imagens utilizadas nos slides fazem parte da série "Latifúndio", arte de Raimundo Rodrigues.
As utilizei pois achei que representavam muito bem o tema Diversidade.


  No início do mês de junho aconteceu a V Jornada pedagógica da Educação Infantil nas unidades escolares de Educação Infantil da rede municipal de ensino do Rio de janeiro. No EDI em que trabalho (EDI Renan de Souza Leal), as professoras foram convidadas a participarem desenvolvendo cada uma um tema diferente a cada dia. 
Segue a dinâmica do "meu dia", espero que gostem!



   Confesso que quando a Diretora Renata me passou a tarefa de desenvolver a temática de um dos dias da V Jornada pedagógica da Educação Infantil, fiquei meio desconfiada, já fui logo perguntando se só eu havia sido "convocada", daí ela me mostrou o material e disse, olha aí, não vai querer não? Quando eu vi a palavra DIVERSIDADE meus olhos brilharam logo, olhei pra ela e ela já estava rindo!

   Bem foi assim que aderi imediatamente a ideia de promover um debate proveitoso com meus colegas de trabalho. Quando me perguntavam sobre o que eu ia "falar" e eu respondia, já vinha logo um: "Ah, esse tema é a sua cara!". E deve ser mesmo, na verdade esse é um tema que mexe muito comigo: gênero, raça, sexualidade, laicidade, por exemplo, são questões que estudo, que "brigo" e que tem tudo a ver com DIVERSIDADE... O pessoal que trabalha comigo bem sabe, e fiquei muito feliz quando notei que alguns estavam curiosos pelo "meu dia" da semana.

  Antes de tudo, convidei as AEI's (Agentes de Educação Infantil) que trabalham comigo para participarem, afinal nada mais justo, já que elas constroem comigo e com as crianças, dia-a-dia, esse nosso aprendizado tão diverso. Elas toparam, e embora uma delas estivesse de licença, no dia esteve presente integrando nossa apresentação. Estudamos, pesquisamos, trocamos ideias e decidimos o passo-a-passo do nosso dia.

   Dia 9 de junho. Iniciamos o encontro com uma dinâmica, onde formamos duas fileiras de pessoas. Estas pessoas ficaram uma de frente para outra e assim puderam, a partir do toque, reconhecer as mãos de quem estava à sua frente. Após, a surpresa: uma fileira ficou com os olhos vendados e a outra, de lhos bem abertos, circulando (ao som de canções de ninar de culturas diferentes da nossa: africanajaponesaucranianaturca, entre outras, todas de uma coleção de animações russas), trocaram de lugar para que quem tivesse com os olhos vendados, com o toque novamente, encontrasse aquela pessoa primeira que lhe deu as mãos para reconhecer. Cada um encontrando as "suas mãos", fizemos novamente a dinâmica, agora, trocando os papéis: quem ficou de olhos abertos, agora iria vendá-los.



Após o relaxamento da dinâmica, começamos apresentando nosso tema com um conceito da palavra DIVERSIDADE (ver imagem 2 dos slides apresentados no início da postagem). A partir de então aconteceram as reflexões. Palavras como preconceito, igualdade, respeito, dificuldade, limite, união, exercício, machismo, classe, gênero, raça, compreensãocor, cabelo, tolerânciapele, menino, menina, comportamento, religião, cultura, aceitar, pensar, mistura, diferença, neutralidade, crença, entre tantas outras, surgiram para conseguirmos de alguma forma dimensionar, ou tentar definir, como fazer para que respeitando a diversidade, possamos promover a igualdade nos "tratamentos" no ambiente escolar sem gerar prejuízos para nossas crianças e seus familiares, que podem vir como forma de diferentes sofrimentos, constrangimentos e violências.

   Refletimos em cima de citações de Freire e Morin (ver imagens 4 e 5 dos slides apresentados no início da postagem). E a partir disso, casos foram relatados, e em cada um verificamos erros e acertos em nossa postura como educadores/as que somos. Trocamos muito. O que me deixou extremamente satisfeita, é um caminho que aponta para transformações positivas em nosso cotidiano.

    Após, seguimos com a exibição do documentário “Bebês”, de Thomas Balmès (França - 2010). Não teve quem não se encantasse com o documentário. Momentos de estranheza e de reconhecimento no desenvolvimento dos bebês de culturas diferentes da nossa, umas mais outras menos, como foi observado pela maioria, mas diferentes. O documentário apresentava o cotidiano de quatro bebês de países distintos: Mongólia, Namíbia, Japão e Estados Unidos.



Acima, o trailler do documentário. Aqui, o link do documentário na íntegra no Vimeo.


   Em seguida, exibimos a "Roda de Conversa" que a SME/RJ nos enviou para acrescentar em nosso debate (composta por professores/as de Ed. Infantil da rede e mediada pelo Professor e consultor na área de Concepções do Currículo, Ronaldo Amaral). Porém, todos nós achamos que nesta "fugiram" um pouco do tema proposto e confesso que me frustrei, esperava mais. Esperava que entrassem de fato na "Diversidade". Estranho é que é um tema super atual e necessário, sem contar que já há bastante material e estudos acadêmicos sobre... Sinto que perderam uma ótima oportunidade de entrarem nos temas pertinentes. Falar de diversidade realmente não é fácil (talvez deveriam ter convidado alguém mais familiarizado com a temática), mas achei que os/as participantes da Roda de Conversa que foi exibida se restringiram a falar de "diferenças" e "igualdades" na 1ª infância, e não de diversidade de fato. Eu gostaria de ter visto falas sobre igualdade de oportunidades, preconceito e discriminação em relação à cor, gênero, deficiência, orientação sexual, crença, por exemplo. E ainda que tivessem restringido o debate somente ao documentário (que por sinal riquíssimo!), não houveram falas sobre a diversidade cultural e econômica, nas peculiaridades do "se desenvolver" no urbano e não-urbano, que é extremamente marcante na história personagens/famílias do documentário... Enfim, achei que o debate que nós promovemos na unidade escolar foi bem mais rico e produtivo em relação a proposta.


   Ao fim, fechamos o dia com os registros. Estes foram criados em dupla, cada uma delas ficou responsável por (re)criar plasticamente um bebê correspondente a um país do documentário que havíamos assistido (através de sorteio). Além disso, deveriam identificar algo de semelhante e de diferente no desenvolvimento desses bebês da nossa realidade. O resultado foi surpreendente e nos divertimos muito ao desenvolver essa atividade.

























   E por fim, juntos, construímos um aprendizado diversificado e incrível! Aliás agradeço imensamente a participação/ajuda de todos/as para que as coisas acontecessem. Especialmente à Diretora Renata que teve a sensibilidade de me convidar para um tema tão querido. E agradecimentos também à Andreia e Telma, por terem aceitado construir esse dia comigo, pois elas fazem parte da diversidade do meus dias de trabalho e não poderia estar de fora dessa!



Viva à Diversidade!!!