terça-feira, 26 de abril de 2011

PROJETO PERMANENTE “JORNAL MURAL INTERDISCIPLINAR”

Idealização: Érica de Campos


I- JUSTIFICATIVA
    As aulas de Informática Educativa, para o segundo ciclo do ensino fundamental, na maioria das instituições educacionais, desempenha unicamente a função de fazer pesquisas Internet, digitar trabalhos em Word e ou elaborar de slides em Power Point para a apresentação de seminários, servindo apenas de apoio técnico para as demais disciplinas.
  

  Como sugestão para mudar esse “quadro”, o Projeto Permanente “Jornal Mural Interdisciplinar”, foi elaborado para dar mais sentido e utilidade para a disciplina de Informática Educativa, sendo esta uma disciplina que interage com as demais, para que essa parcela de alunos possa desenvolver outras atividades no laboratório de informática além das que geralmente são desenvolvidas. Ou seja, além da simples utilização da informática como apoio às outras disciplinas, os alunos terão a oportunidade de desenvolver outras habilidades em diversas atividades que o projeto propõe desenvolver, tais como pesquisas (de campo, na Internet, em periódicos e ou livros), produção textual, produção de imagem (fotografia, criação em softwares específicos), charges, quadrinhos, enfim, todas as atividades que caibam na produção dos mais simples jornais.

 
II - OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 
 
  
Este projeto deve acontecer de forma prazerosa e será de máxima utilidade, uma vez que seu objetivo específico é promover nos alunos uma postura mais crítica diante da realidade, pois no projeto, ele atuará em diversas áreas (interligadas e interdisciplinares), e consequentemente, ao longo do desenvolvimento do projeto eles, automaticamente, irão aprender e ou aprimorar habilidades individualmente e em grupo, como por exemplo:
  • Trabalhar em equipe; 
  • Ter autonomia na busca do conhecimento, da informação; 
  • Ter curiosidade para atitudes investigativas; 
  • Visão para discernir o que é relevante ou não; 
  • Saber lidar com a alternância de posturas, ora de liderança, ora de subordinação; 
  • Tomar decisões práticas e objetivas; 
  • Ter iniciativa; 
  • Observar com atenção o que acontece ao seu redor (desde a comunidade escolar até o que ocorre no mundo); 
  • Ter visão crítica dos acontecimentos, entre outros.

III - OBJETIVOS GERAIS
 
       O projeto visa ainda:
  • Trabalhar a visão interdisciplinar nos alunos e professores; 
  • Identificar e incentivar algum possível talento escondido entre os alunos; 
  • Valorizar o trabalho do aluno, buscando aumentar sua auto-estima; 
  • Valorizar o trabalho em equipe; 
  • Desenvolver a visão crítica; 
  • Promover e incentivar a leitura, produção e interpretação de texto. 
  • Promover e incentivar atos democráticos.

IV - O PROJETO
 
 
O projeto consiste em confeccionar um “Jornal Mural” por bimestre. O jornal seria confeccionado por alunos do 6° ao 9° ano sob a coordenação do(a) professor(a) de Informática Educativa e orientados (dependendo da temática da matéria) pelos professores das demais disciplinas. 

   
O “Jornal Mural” seria dividido em sessões e estas divididas entre as turmas. Cada turma, por sua vez, decidiria entre seus alunos a função de cada um. 





Seções do “Jornal Mural Interdisciplinar” 





1. O COLÉGIO É NOTÍCIA (Orientações da Coordenação Pedagógica – Ed. Infantil e Ens. Fundamental)     
►Seção dedicada à divulgar os acontecimentos ocorridos ou que irão ocorrer no colégio – projetos, atividades, festividades, etc. – tanto da Ed. Infantil quanto do Ensino Fundamental.
 
2. ENTREVISTA DO BIMESTRE (Orientações da Professora de Português)     
►Seção dedicada a biografia e entrevista de determinada personalidade. 



3. NOTICIÁRIO (Orientações do Professor de Geografia)    
►Seção dedicada à no mínimo 4 notícias atuais, sendo necessariamente 1 sobre o bairro, 1 sobre o município, 1 sobre o país e 1 sobre o mundo.
 
4. CIÊNCIA E TECNOLOGIA (Orientações dos Professores de Ciências e Informática)
►Seção dedicada à ciência e tecnologia – curiosidades, saúde, utilização das tecnologias, etc. com no mínimo 1 matéria para cada tema.
 
5. TÚNEL DO TEMPO (Orientações do Professor de História)     
►Seção dedicada a acontecimentos do passado contados como se fosse uma notícia, ou seja, em texto jornalístico.
 
6. CULTURA + AGENDA CULTURAL (Orientações dos Professores de Artes e Inglês)    
►Seção dedicada a matérias com temáticas culturais, como música, teatro, cinema, artesanato, poesia, etc. Junto a essa seção, deve haver a AGENDA CULTURAL com divulgação dos eventos do bimestre (shows, filmes e peças em cartaz, exposições, etc.).

7. TURISMO (Orientações dos Professores de Geografia, Inglês, História)    
►Seção dedicada a uma dica de passeio turístico. Essa seção deve conter a história sobre o lugar e imagens (fotos) locais.
 
8. MODA (Orientações da Professora de Artes)     
►Seção dedicada à moda – tendências e ou dicas, devendo conter no mínimo 1 matéria sobre o tema.
 
9. ESPORTE (Orientações do Professor de Educação Física)    
►Seção dedicada ao esporte – notícias sobre campeonatos, esportistas, times, de diversas modalidades. 

10. HUMOR É ARTE (Orientações dos Professores de Artes e Português)       
►Seção dedicada a charges, quadrinhos e contos humorísticos.
 
11. POMBO CORREIO (Orientações da Professora de Português)       
►Seção dedicada a recados entre a comunidade escolar. 



12. FAZENDO AS CONTAS (Orientações do Professor de Matemática)       
►Seção dedicada a questões de utilização da matemática no cotidiano - economia doméstica, comparação de preços, orçamentos, etc.
 
13. COMUNICADOS (esta seção fica de responsabilidade do(a) Professor(a) de Informática      Educativa em conjunto com alguém da Secretaria do colégio)      
►Seção dedicada a comunicados para a comunidade escolar – data de provas, reuniões, feriados, etc.

*A cada bimestre uma turma ficará responsável por 3 seções do jornal, havendo uma rotatividade entre essas seções durante os outros bimestres, para que ao final do ano letivo todas as turmas tenham tido contato com todas as seções. Essas seções serão sorteadas e a cada bimestre serão retiradas do sorteio as seções que a turma já tenha tido contato, até que no último bimestre só restem 3 seções, não havendo necessidade de sorteio.

 
Etapas previstas para o projeto

1- Eleger um aluno representante para cada turma (este aluno ficará em contato direto com a coordenação do projeto);
2- Sortear as seções – os 4 representantes de turma junto a coordenação do projeto farão o sorteio;
3- Os representantes de turma divulgarão o resultado do sorteio e cada um, com a orientação e supervisão do professor que estiver em sala de aula, junto a sua turma decidirá a formação dos 3 grupos e o que cada um fará dentro de seu grupo;
4- Após as decisões sobre os grupos e a função de cada aluno, os representantes terão que passar para a coordenação do projeto um relatório com estes dados;
5- Os alunos terão uma semana para trazerem sugestões para as matérias e entre a turma deverá ser decidido quais entrarão no jornal;
6- Decididas as matérias para o jornal, os alunos farão suas pesquisas, fotografias, entrevistas, textos, desenhos, enfim, todas as atividades necessárias, coleta e produção de material, para a confecção das matérias;
7- Com o material coletado e ou produzido, os alunos devem procurar os professores adequados (de acordo com a temática da matéria) para que estes verifiquem o conteúdo e possam dar suas orientações;
8- Dadas as orientações, de acordo com elas, os alunos farão as adequações necessárias. Aqueles que não tiverem nenhuma adequação a fazer, poderão passar para o próximo passo;
9- Tudo visto e revisto, sem nenhuma pendência, o próximo passo é passar todo o conteúdo do jornal para o meio digital – textos e imagens – trabalhando digitação, edição de imagem e diagramação das matérias nas aulas de Informática Pedagógica;
10- Tendo todo o material do jornal pronto em meio digital, a professora de Informática Pedagógica organizará o conteúdo para a impressão e confecção do “jornal mural”.

*Mesmo não estando concluídas as matérias para o “Jornal Mural”, se não houver nenhuma outra atividade para ser feita no Laboratório de Informática, os alunos poderão usar o horário das aulas de Informática de sua turma para dar andamento ao projeto normalmente.
 
*Cada matéria deverá ser formatada para caber em no máximo 2 folha de papel A4, podendo ocorrer algumas exceções, que serão analisadas pela coordenação junto aos professores orientadores, que poderão ser liberadas para ultrapassar este limite.
 
*Nas matérias deverá constar:
  • Para matérias: nome do autor(es);
  • Para imagens: legenda e nome do autor(a) - fotografia e ou figura; 
  • Textos ou imagens que não forem de autoria própria: citar a fonte e autores; 
  • Nome dos professores orientadores; 
  • Data; 
  • Turma.
Avaliação
 

  
A cada bimestre, dependendo das disciplinas que forem incluídas no projeto, sugere-se que, se dê até 1 ponto para o desenvolvimento individual e até 3 pontos para o desenvolvimento da turma no projeto – dependendo de cada professor(a) a decisão final.
 


 


Materiais a serem utilizados

   
Para confeccionar o “Jornal Mural Interdisciplinar” será necessário: 

- 01 mural de cortiça com no mínimo 4m2 (2x2), sendo ideal um de 9m2 (3x3); - Impressora; - Toner ou tinta (para impressão colorida);
- Papel A4 (branco); - Emborrachado (diversas cores);   
- Papel silhueta (diversas cores);  
- Papel laminado (azul e prateado);  
- Papel camurça (diversas cores);  
- Cola quente (com pistola apropriada);  
- Alfinetes (na cor preta ou azul).




“Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino.”
 Paulo Freire – Pedagogia da autonomia 

sábado, 23 de abril de 2011

Educação não é mercadoria

       Educação não é mercadoria é uma leitura recomendada para aqueles que ainda se indgnam com os caminhos que a Educação Brasileira tem tomado ao longo dos anos.

       Interessantíssimo. Mesmo sendo de 2009, os textos continuam refletindo a atualidade (o que pode significar que as coisas tenham piorado ou estacionado...). Nos mostra através da visão de alguns especialistas em Educação, o quanto o sistema em que vivemos influencia nosso modo de vida contaminando até mesmo (ou seria tão óbvio assim?!) os mecanismos e metodologias educacionais. O que fazer?! Tudo tem que ser lucro e competição?! Tem que se lucrar até com a educação?! E as consequências?! Quem vai pagar o prejuízo?!

      É necessário, ao menos debater, pensar, buscar meios e soluções, ao menos tentar já é um bom início. Afinal, Educação não deveria ser mercadoria!

     
     Para melhor entender, segue abaixo, texto de apresentação da publicação retirado do site de Ivan Valente


Publicação do Mandato do deputado Federal Ivan Valente, reunindo textos de diversos especialistas sobre temas da conjuntura educacional brasileira.


Textos:

  • A educação como direito de todos e todas – Ivan Valente
  • Educação infantil de qualidade: Direito das crianças e das famílias - Joseane Bufalo e Paulo Bufalo
  • A “reforma” do ensino médio ou a retórica da inovação – Eduardo Garcia C. do Amaral
  • A Conferência Nacional de Educação – e os desafos para o novo PNE - Luiz Araújo
  • O ensino a distância e a lógica mercantilista na educação - Debate: César Minto, Ivan Valente, João Zanetic e Lisete Arelaro


Apresentação


     As políticas neoliberais vêm, desde a década de 80, atacando a educação pública. Nessa lógica, esse direito passa a ser tratado como um segmento de mercado, diferenciado de acordo com o perfil econômico da “clientela”, e deve, portanto, ser gerido de forma empresarial e marcadamente competitiva.

     Ainda que todos e todas se manifestem sobre a importância da educação pública, percebe-se claramente que o projeto, seguindo as orientações dos organismos internacionais, é a redução da estrutura do Estado e a terceirização e privatização de todos os serviços ligados às redes de ensino, além do incentivo à criação e potencialização de mercados como o de apostilas, materiais pedagógicos, equipamentos escolares e até de cursos de formação continuada e aperfeiçoamento dos profissionais.

     Para alcançar êxito nesse projeto, os governos têm utilizado sistematicamente os meios de comunicação, via um discurso ideológico que procura demonstrar que os problemas da educação nacional são devidos a uma suposta falta de competência dos profissionais e uma ineficácia na gestão escolar. Justifcam, assim, a ideia de que a solução é reorganizar as nossas escolas segundo um modelo empresarial, baseado no estabelecimento de parâmetros meramente quantitativos e comparativos, jogando a responsabilidade de superação das dificuldades para a comunidade escolar.

     Nos últimos meses, essa política se intensificou com a criação de mecanismos de premiação, que implicam também punição, que desrespeitam os direitos trabalhistas, criando diferenciações e abrindo caminho para o fim da estabilidade e até a terceirização da contratação dos profissionais. De outro lado, a autonomia pedagógica e a gestão democrática das escolas foram eliminadas pela imposição de sistemas apostila dos vinculados a provinhas e provões e pela adesão compulsória aos projetos padronizados movidos pela política de bônus.

     Por fim, vemos também o ameaçador avanço de cursos de formação superior através do ensino à distância, inclusive para a formação inicial de professores, como mais uma forma de precarização e descaracterização da formação profssional. Tal política atende apenas a interesses mercantis e é apontada também como saída para a ampliação,
a baixo custo, de “vagas” em instituições públicas.
Esta publicação do nosso mandato conta com contribuições de companheiros e companheiras que têm significativo acúmulo nesses temas e reconhecida atuação na luta em defesa da escola pública, gratuita e de qualidade para todos.

    Num momento em que o Governo Federal, tardiamente, de forma burocrática e sem objetivos claros, deu início a uma Conferência Nacional de Educação (CONAE), a publicação procura também aprofundar e contribuir com este debate, já que as etapas municipais e estaduais da Conferência, por seu formato e dinâmica, têm se mostrado insuficientes e
fechadas, ainda que mobilizando um número significativo de pessoas.

     Para que não venhamos a presenciar o fim do direito à educação pública, é necessário reorganizar os movimentos, debater de forma consistente as políticas educacionais e resgatar nossas bandeiras históricas, acumulando forças para o enfrentamento das políticas neoliberais. Com os textos a seguir, esperamos contribuir para essa luta, com a análise de alguns dos pontos mais importantes da atual conjuntura educacional brasileira.

Boa leitura!

Mandato Popular e Socialista
Ivan Valente – Deputado Federal PSOL/SP