Imagem de Okami - PlayStation 2 - Considerado uma verdadeira obra prima |
Sempre fui defensora dos games (não falo aqui dos jogos educativos, pois estes quase todos concordam que é interessante colocar dentro das disciplinas escolares), nunca achei, ao contrário da maioria dos educadores, que eles pudessem ser uma ameaça à educação, pelo contrário, os games podem ser aliados fortíssimos no processo ensino-aprendizagem. Eu mesma já aprendi muito com eles, abri a mente para diversas culturas diferentes da minha, (cultura xintoísta de raízes japonesa com Okami) pesquisei sobre história antiga e bíblica (viajando com Shadow of the Colossus - PlayStation 2) e mitologias, filosofei sobre a origem da vida (jogue Xenogears - PlaySatation - e você será outra pessoa!), discuti política e pensei mais sobre a fusão homem-máquina e utilização de nanotecnologia (jogando a série Metal Gear Solid - PlayStation, PlayStation 2, PlayStation 3); sem contar que hoje sou uma apaixonada por trilhas sonoras de jogos (quem não fica maravilhado ao ouvir a trilha sonora de God of War?! - PlayStation2, PlayStation 3).
Em Limbo - XBox-360, por exemplo, você desenvolve o raciocínio matemático, lógico-espacial, pois é um jogo de plataforma com quebra-cabeças, sendo que os desafios podem variar entre descobrir a solução de um problema e executar tarefas que requerem precisão e habilidade.
Gerard Marino - compositor da trilha sonora da série God of War - Conduzindo
a Golden State Pops Orchestra (fevereiro de 2007): música da trilha do jogo.
a Golden State Pops Orchestra (fevereiro de 2007): música da trilha do jogo.
É fato: se você gosta e se envolve com o enredo do jogo, você vai além do simples ato de jogar, você pesquisa, busca os porquês daquilo ali apresentado.
Imagem de Metal Gear Solid 4 - PlayStation 3 |
Imagem de Limbo - XBox - 360. Surpreende com sua atmosfera "estranha" em branco e preto |
Acontece que a maioria das crianças jogam por mero entretenimento, e não "aprenderam" a jogar de uma maneira mais útil por assim dizer, ou seja, se divertindo e aprendendo simultaneamente, pois sem o costume do olhar crítico (que em nosso país infelizmente é raridade), perdem a essência do jogo e resumem algo que poderia trazer uma quantidade enorme de informações em mero entretenimento fútil. Ou seja, se você joga a série God of War e percebe o jogo sem análise prévia, sem saber sobre o enredo, sem pensar o jogo tentando entendê-lo, você poderá resumi-lo em "pancadaria e sangue" (o que não é muito diferente do que está na TV, nas manchetes de jornais e nas telas de cinema, mas esse é outro assunto, deixemos pra depois!), mas o jogo não é só isso! O jogo conta a saga de um espartano que vai contra os deuses gregos em busca de vingança - inevitavelmente você vai conhecer mitologia grega e algo sobre o exército espartano. Obviamente que não iremos colocar uma criança de 10 anos para jogar a série God of War, por uma questão de bom senso e até mesmo porque, os jogos tem a indicação da faixa etária recomendada, cabe aos educadores, pais e responsáveis estarem atentos a isso (é como nas programações de TV, sempre há indicação de idade adequada para determinado programa) e não permitirem excessos.
Capa do jogo God of War II - Indicação para maiores de 18 anos |
O que eu realmente gostaria que acontecesse é que os preconceitos diminuíssem e que a culpa das tragédias ocorridas, principalmente relacionadas às crianças, não caíssem exclusivamente nos games e na Internet. O problema está em como a sociedade se comporta e influencia na Educação, e é aí que temos que "mexer". E a Educação, o pensar e o inverstir nela é que pode mudar alguma coisa. É preciso criar, desenvolver um olhar crítico e pensante em nossas crianças, visto que os problemas atuais vão muito além dos jogos eletrônicos, aliás, não tem nada haver com os jogos eletrônicos. Não é possível que ninguém veja e assuma essa realidade! Tudo depende do olhar e dos objetivos estabelecidos. É possível aprender e reaprender com tudo, basta querermos (estado, sociedade: responsáveis, pais e educadores) buscar e fazer acontecer!
Abaixo, segue uma matéria retirada do site Olhar Digital (aliás, recomendo!), que aborda exatamente a maneira como acredito que os games devem ser vistos em relação a Educação, mostrando que já existem iniciativas (e de gente séria!) a respeito:
Games invadem as salas de aula
A discussão sobre a influência dos games no processo de aprendizagem é tão antiga quanto consoles de Atari. Alguns educadores alegam que jogos de guerra e combate estimulam o comportamento violento dos usuários, mas outros acreditam não haver relação entre um fator e outro. Discussões à parte, o fato é que diante do fascínio que os jogos eletrônicos exercem sobre os jovens, muitos profissionais da educação buscam maneiras de levar a diversão das salas de estar para as salas de aula.
Gilson Schartz, professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, está trazendo para Brasil o game "Conflitos Globais". Com interface semelhante ao famoso "The Sims", a ferramenta, que já é utilizada em cerca de 500 escolas europeias, pretende ajudar alunos do ensino médio a entender problemas sociais e econômicos.
"Os estudantes jogam como jornalistas, e conforme vão navegando, podem ir fazendo perguntas para os personagens e armazenando as respostas [em texto], para no final, compor a sua reportagem", explica o professor.
Ainda em fase de testes, o game deve custar 5 reais por aluno, e a ideia é disponibilizar o software para escolas públicas e particulares. Estudos realizados com a utilização desse tipo de material didático comprovam; dá resultado!
Gilson acredita que, o que faz com que o aluno tenha 60, 70% de retenção do conteúdo, já no primeiro contato, é justamente o interesse que aquilo provoca. "Não é apenas pelo game ser bem feito, é a relação do estudante com a situação de aprendizado. Por isso que é importante essa convergência entre a brincadeira e a seriedade", diz.
De olho nesses resultados positivos, um colégio particular da Zona Sul de São Paulo resolveu não só utilizar os games como ferramenta pedagógica, mas também ensina os alunos a criar os próprios jogos. Em uma matéria extracurricular, eles aprendem adesenvolver jogos eletrônicos de acordo com o conteúdo estudado nas outras disciplinas.
Segundo o Coordenador do Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento de Jogos Eletrônicos do Colégio Santa Maria, Muriel Vieira, com a motivação de criar os games, os alunos desenvolvem-se não somente nas áreas que estão relacionadas diretamente com o jogo, como história, geografia e ensino religioso. "Para criar o jogo eles devem ter outras habilidades. Para fazer o boneco pular, por exemplo, o software pede que coloquem a gravidade, força e aceleração do movimento. Estes conceitos eles nem estudam ainda, só vão conhecer no ensino médio. mas, de uma forma implícita, já estão estudando", conta.
Enquanto professores e escolas pesquisam novas maneiras de utilizar e desenvolver games educativos, essa escola de música utiliza softwares já existentes no mercado. Um estúdio equipado com Guitar Hero e Rock Band fica a disposição dos alunos para que eles possam jogar quando estão fora da aula. Mesmo que tocar um instrumento de "mentirinha" seja bem mais fácil do que fazer música com um real, muito conteúdo é assimilado durante esses shows virtuais.
"O game quando é utilizado para uma finalidade pedagógica, pode ter um efeito interessante: o aluno aprende sem ter consciência. Ele joga, mas também aprende alguma coisa", diz Alex Rodriguez, Professor de Guitarra da Escola de Música e Tecnologia (EM&T). O professor também conta que, no caso do jogo de música, o aluno pode não aprender a fazer música necessariamente, mas ele está entrando em contato com algumas atividades que estão relacionadas com a música. A questão do desenvolvimento ritmico é um exemplo. "Não dá para jogar Guitar Hero se não tiver ritmo. Isso faz com que o aluno acabe desenvolvendo ritmo ao apertar as teclinhas na hora certa", finaliza.
A iniciativa de levar jogos eletrônicos para o ambiente escolar ainda precisa vencer muitos obstáculos. Faltam equipamentos e professores capacitados para lidar com esse tipo de mídia. E também a resistência de muitos educadores, que defendem métodos mais convencionais de ensino. Mas as experiências mostram que é possível sim, aprender brincando com games."
*Sobre o jogo Conflitos Globais, acesse os links abaixo:
1°: COMO VOCÊ ESCREVE!!!!
ResponderExcluir2°: Concordo plenamente, os jogos podem ter várias outras funções além de, de acordo com os adultos, "viciar" as crianças. Eles podem ser uma maneira de desestressar, descontar raiva, relaxar, ensinar, fazer pensar, aprimorar habilidades...
Haaaa, divulga meu blog por aí!
Olá, meu aluno exemplar! Obrigada pelos elogios... Sabia que você ia gostar dessa postagem, em breve postarei sobre alguns jogos específicos, mas é que estou meio sem tempo... Pode deixar que divulgo seu blog! Beijos Menino!
ResponderExcluirExcelente postagem!!!
ResponderExcluirVou divulgar seu blog!
Vc captou a essência do verdadeiro ganho intelectual juntando os games e a Educação.
Parabéns!!!
Obrigada Eduardo! Aposto muito nesse binômio games-educação, e espero o dia em que o preconceito em relação a isso ao menos diminua! Apareça sempre! Abraços!
ResponderExcluirParabens pela postagem, me identifiquei muito com vários argumentos utilizados e concordo plenamente com todos. Também acredito que há possibilidade(para ser mais exato tenho certeza)que atráves de um simples jogo podemos ser ''educados'', aprender alguns valores morais, e o que eu particulamente mais prezo é o conhecimento e a cultura que é passada indiretamente ou diretamente para o jogador(logicamente para aqueles que se interessarem pelo enredo como você mesmo disse),por exemplo: Persona 3 e 4 , jogos que realmente me fizeram refletir bastante junto com meu irmão a ponto de pesquisarmos a origem,filosofia,mitologia abordada nesse jogo.
ResponderExcluirSó basta querer que podemos aprender e muito com os games \o/
Muito boa postagem !
Obrigada Diego. É sempre bom incentivos como o seu, me faz ver que não estou tão sozinha assim... Pois então, games é produção cultural, é arte (quer queiram ou não!)e também nos faz refletir, transformar! O que falta é desenvolver o pensamento, o olhar crítico das pessoas em relação aos jogos.
ResponderExcluirSobre o jogo que você citou - Persona, já ouvi falar muito bem dele, mas ainda não joguei, vou ver se pesquiso e jogo em breve! Abraços!
Excelentes colocações. Além de tantas outras coisas, também aprendi inglês jogando RPG eletrônico desde a infância.
ResponderExcluirAcho uma pena que o meio da educação ainda insista em ver os jogos eletrônicos como ameaça, ou apenas perda de tempo, etc. São produções culturais como filmes, livros etc, com a diferença que é possível interagir com eles.
Jorge, obrigada pela visita e seu comentário! Também acho lastimável como a maioria dos educadores se colocam em relação aos games, mas estou por aí, tentando fazer com que mais pessoas compreendam que as coisas não são bem assim. Aprender com algo, seja game, filme, livro, anime, entre outros só depende do olhar que se direciona. Eu particularmente acredito muito mais na aprendizagem que utiliza meios mais próximos da realidade, do cotidiano das pessoas...
ResponderExcluirApareça mais vezes por aqui! Abraços!